De acordo com a resolução da sexta reunião anual da track records, Beatkeepa deu a conhecer pondo a circular na internet o e-mail “O último suspiro”, apontando assim o encerramento da label Track Records, constituida : BeatKeepa, Trio Fam, Elex, Nelson Nhachungue, First Class, The Dream, A2, Johnny, Amélia Conceição e Dj Junior.
Atendendo a gravidade que é o assunto, tive a liberdade de escrever uma carta aberta para a Track Records e para toda a comunidade hip hop, e a publico mais abaixo e na primeira pessoa. Por favor a vossa atenção.
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VAMOS TCHOVAR ESSA CENA
carta aberta para a TRACK RECORDS e a toda comunidade hip hop
Luanda, 04 de Novembro de 2008
Assunto: O sopro da vida (reacção ao “último suspiro”).
Deixa dizer que não recebi com agrado, o e-mail que anunciava o fim da Track Records, embora que todas as razões tenham fundamento lógico, é importante salientar e elucidar-vos que da mesma maneira que o graffite, o dj, o b-boy e o rap são elementos da cultura hip hop, a Track Records é um elemento fundamental para o hip hop moçambicano.
É bem verdade que precisamos todos de oxigénio para respirar, mas também não se decreta o último suspiro, quando se pode apelar por socorro. Normalmente como humanos, somos muitos teóricos e que podemos achar solução para tudo ignorando por completo a constatação da realidade.
E a realidade nesta altura é um monopólio versus falta de patrocínio, ao falar-se em patrocínio não é afirmar directamente que a “TRACK” só pode andar com muletas de quem pode ajudar, mas é necessário ou melhor é indispensável uma estrada quando se pretende caminhar, ninguém consegue andar durante muito tempo na lama, ninguém consegue nadar ou remar contra a maré, para ser mais prático, sustentar uma label e alimentar o mercado com video clipes com qualidade não só para fazer face a concorrência, mas também para poder melhor mostrar o seu trabalho colocando-o ao nível exigido pelo mercado, requer um certo investimento que possibilitará gerar frutos com os grandes espectáculos realizados a nível nacional.
Deveria te-lo feito no princípio, mas apresento-me dando o meu testemunho, sou um jornalista e activista hip hop, angolano, varias vezes desloquei-me a maputo para fazer reportagens sobre o hip hop moçambicano, para publicar na internet, com o objectivo de dar-se a conhecer o hip hop moz em Angola, como se sabe ninguem paga para entrar nos sites e nos blogs, um grupo de 4 elementos que são o team
www.hipflickz.net por amor ao hip hop não viu caro estas despesas, para hoje como salário moral termos conseguido espalhar o hip hop moz dentro da comunidade hip hop angolano. Reconhecemos o nível que tem o hip hop moçambicano e incansavelmente temos feito esforço para partilhar com todos. Graças a Internet hoje expandimos o nosso trabalho alem fronteiras.
É em nome do amor que temos ao hip hop que pergunto a todos: A vida anda como um carro e quando um carro não pega diz-me o quê que fazes? Tchova, Tchova xita duma!!!, então meus manos mc´s, B-boy, DJ´s, graffiwriters, patrocínadores, donos das molas, dos tacos, radialistas, público de um modo geral, VAMOS TCHOVAR ESSA CENA. Vamos dar as mão e não vamos deixar o hip hop morrer, vamos fazer do último suspiro a estratégia para 2009, há quem pense que isso é uma jogada de marketing, se fosse isso, ainda assim estaria estampada uma realidade que não é só desta label, mas também de todas outras dedicadas ao hip hop, perguntem ao pessoal da cotonete records, perguntem a Gpro, perguntem ao… deixem não perguntem mais a ninguém, porque de antemão todos sabemos a resposta.
Com o Kool Klever (pai do hip hop angolano) aprendi, a felicidade do poeta não se encontra na carteira, alias não se trata de prostituir a arte com diz o Duas Caras, NÓS PRECISAMOS ESPAÇO, nós precisamos de fazer aquilo que melhor sabemos fazer e isso não é brincar é ser profissional, temos a missão de afastar os jovens das drogas, temos a missão de passar mensagens cívicas e o nosso apelo ao patrocínio é para poder cumprir com a nossa missão dentro do hip hop. Rendo continência a todas labels que não estejam a passar por esses problemas sendo hip hop ou não, tenho a dizer que não se trata de inveja ou algum outro tipo de sentimento, mas a verdade é que podemos todos em nome da música, em nome da cultura partilhar o mesmo palco, podemos todos ser tratados por filhos e não como enteados, se assim for não estamos em particular a tchovar pra frente a Track Records, estamos cada vez mais a dar qualidade e identidade a música moz.
Por não ser moçambicano ao escrever esta carta alguém me disse, “não mete a colher na pánela do vizinho”, música não tem nacionalidade, viaja pelo mundo sem precisar de visto e sem restrições. Mas no fim a mensagem é a seguinte, tens como ajudar? então dê o sopro de vida a Track Records, VAMOS TCHOVAR ESSA CENA.
Dino Cross
Se concordas comigo, escreva o seu nome em baixo e passe a todos os teus amigos, ou melhor envie para quem possa ajudar o hip hop moz a seguir em frente, (empresas, ong, boss, patrões, etc, etc)
01 – Dino Cross
02 – CFkapa
03 – Celia Macamo
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