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MC K Responde ao Texto “Truques de MC K”


Caro Amigo e “quase Primo” Dino Cross, em nome do respeito e do carinho que nutro por ti, tomei a liberdade de produzir este texto amargo como o ódio e profundo como a nossa amizade, mas é claro, usufruindo de um direito constitucionalmente garantido, “o direito de resposta” consagrado na nossa constituição no artigo 40, número 5.

Em nome da nossa amizade e considerando o excelente trabalho que tens feito ao longo destes anos na divulgação gratuita de vários Artistas, Angolanos e Moçambicanos, farei um desconto a chuva de erros e outros disparates que encontrei na matéria que produzistes, assinada como “Pappy Love”.

Caro Amigo “Lediné”, apesar de teres participado como designer na concepção da capa do meu primeiro Álbum, sinto-me obrigado a informar-te que o Jornalismo é um exercício intelectual de informação e formação de consciências e deve ser exercido sempre com base no respeito ao contraditório, de forma honesta e imparcial. Nunca tomando partido, nem tão pouco com ataques ao teu mano Katró ou aos meus amigos “Manifestantes” Carbono e Ikono, ate porque o MPLA não precisa de bajuladores amadores como tu.

A título sugestivo lhe aconselho a pedir desculpas a todos Manifestantes pelas ofensas proferidas e ao público que chamastes de ignorante que se deslocou ate ao Elinga Teatro, ávidos em sentir a efervescência lírica do elenco convidado para o evento.

Por uma questão de respeito ao público, senti-me obrigado sim, a dirigir uma palavra ao pessoal que se fez presente. Reproduzi o Decreto Presidencial número 111/11 e distribui de modos a manter os manos informados e juntos reflectirmos sobre uma Lei de vital importância para todos agentes Culturais e não só.

A não realização do evento foi uma clara demonstração de Respeito a Lei, mesmo não concordando com ela, e nada me priva de manifestar a minha opinião sobre a mesma, ate porque a luz do artigo 167 número 5 da Constituição, hoje a iniciativa legislativa também pode partir dos Cidadãos organizados em grupos e organizações representativas, além de nos ser permitido participar na vida política e na direcção dos assuntos públicos, segundo o artigo 52 do mesmo diploma. Discordei com a dualidade de critério na aplicação da mesma Lei, permitindo uns e ” barrando outros” e acho que a mesma contrasta parcialmente com o discurso do PR, no terceiro Simpósio sobre Cultura, quando fala no apoio e fomento artístico e outros blá blá blá… Também não concordo com a permanente mendicidade dos artistas, feitos eternos Mendigos pedindo apoios e patrocínios condicionando assim a liberdade de criação por míseros Kwanzas… A minha visão integral sai em defesa dos artistas menos conhecidos que também tem o direito de expressarem a sua arte e correm o risco de serem excluídos, os artistas independentes, enfim… Mas sei que o meu amigo Dino, não percebe nada disto e também não tem interesse em conhecer os seus próprios direitos, e então são ” outros quinhentos”…

Caro Dino, se te esforçares um pouco perceberás que o Regime no poder há mais de 32 anos, não precisa de leis para satisfazer os seus interesses, pois não existe nenhuma lei que permite a morte por espancamento pela UGP que Cherokee sofreu, também não existia lei que impedia a minha venda na portaria da RNA, também não existe lei para despedir técnicos de som que tocam “Sei lá quê uaué”… Repara amigo Dino, existe uma Lei que permite manifestação mas a realidade social tem sido contrária, marcada por detenções e outras agressões policiais…

Não sei se o amigo Dino sabe que “existem dificuldades que nos tornam mais fortes”, e o Mck é um destes frutos de inúmeras proibições e perseguição politica. É sim verdade que eu nunca cruzo os braços as inúmeras barreiras impostas no meu caminho e procuro sempre tirar proveito racional das mesmas. Mas isto não se aprende na Escola mas sim na vida, caso tenhas dúvidas, vá ter com uma mulher Zungueira e ela te vai ensinar a vencer as dificuldades deste laboratório de sobrevivência chamado Angola.

Rapper ou Político?

Segundo Aristóteles, todo Homem é um animal político. A política é a arte de vida em sociedade, uma das poucas Ciências que podemos exercer sem uma formação específica. Repara amigo Dino, Lulas da Silva é Operário, Obama é Jurista, Savimbi graduou-se em Letras e Manguxi era Médico… Todos eles exercem a POlitica por consequência do contexto, entendeu? De igual modo, eu uso o Rap como um veículo de partilha dos meus valores, princípios e educação. A título informativo aproveito lhe dizer que além de Rapper também sou um Activista Cívico e coopero com algumas Organizações não governamentais Nacionais e Estrangeiras.

Kota Dino, caso tivesse interesse em ligar o meu “Manamadoísmo” teria dito que participei do ultimo álbum da Sister Sandra de Sá, teria dito que estive com a Sra. Angela Merkur, teria te dito que já cantei no mesmo palco com Mos Def, Racionais Mcs, MV Bill, enfim… Teria entregue estes vídeos e fotografias aos Blogs do Kratos, Cenas, Adérito, Edivaldo e ao teu para publicarem estes factos que não deixam de ter relevância informativa, né? Já agora tenho um Prêmio a receber hoje as 15h na Rádio Ecclésia!

Sem outro assunto de momento, espero poder contar contigo no jogo de domingo, no Shabba e aproveito a presente para lhe desejar um feliz Natal e um ano novo de matérias mais coerentes e imparciais. Também gostaria que realizasses um daqueles teus Bodas pesados de Fim de Ano, porque levas mais jeito e deixa a arte da escrita pra quem sabe.

Abraço.

Luanda aos 08 de Dezembro de 2011

Katrogi Nhanga Lwamba

MC K OPTA POR NÃO REALIZAR SHOW (Truques do MC K PART II)

Tudo começou em 27 de Fevereiro de 2011, quando no show do Bob da Rage Sense, Ikonoklasta resolveu ofender os politicos do pais e insentivou a população a aderir as manifestações contra o governo eleito, está actitude deu origem a uma onda de praticas contra a estabilidade da actual governação, neste mesmo periodo o jovem Carbono do grupo CCC que até a altura nunca teve participação na vida politica do pais, reencarnou o espirito rebende do Ikonoklasta e resolvou de igual modo insentivar os rappers a participarem nestas praticas de protexto que na maior parte delas terminavam em desarmonia e actos vandalos.
MC K que tinha agendado para 4 de dezembro no Elinga Teatro a realização do show de apresentação do album ‘proibido ouvir isso’, culpou pela não realização do espetaculo ao determinado no Decreto presidencial nº 111/11 de 31 de Maio, no seu capitulo III, artigo 22º onde esclarece as condições para a realização de espectáculos e divertimento públicos, uma Lei que ao seu ver fora aprovada para evitar situações como as do Ikonoklasta e do Carbono, o facto é que MC K chamou para uma conversa todos os jovens que se faziam presentes no Elinga Teatro para explicar os porquês da não realização do expectaculo, na altura Kappa chegou a dizer que a direcção do Elinga fez saber que só poderiam realizar o show se apresentassem um documento com a autorização do ministério da cultura, na conversa com o público (como se pode ver no video) MC K acredita que as exigencias do estipulado no artigo 22 exactamente no show da CCC e da Masta K têm a ver com o envolvimento de alguns rappers neste processo de manifestações, ate porque esta Lei é de 31 de Maio do corrente ano, sendo verdade ou não, uma outra verdade surge quando entrevistamos Mc K de forma informal.
Perguntamos ao MC K porquê que estás coisas só acontecem como ele, o primeiro facto foi terem proibido a venda do seu álbum na portaria da Radio Nacional de Angola, porquê que ele acredita que o jovem lavador de carro Cheroke, morreu simplesmente porque estava a ouvir ou a cantar a sua música “Sei lá que wawê” e este recordou-nos que não é a única vitima a prova disso foi o cancelamento do show dos CCC, sobre o jovem Cheroke MC K usou do seu principal bilingue ou seja no artigo aqui publicado sobre os truques de Mc K, escapou-nos a sua principal arma, Kappa tem um vasto vocabulário e usa uma linguagem técnica de difícil compreenção, muitas vezes para não sermos tomados por ignorantes, português bem falado soa-nos certo e as aceitamos mesmo não entendendo nada, deu tantas voltas para não falar nada, foi dai que confessou que a Masta K está registada como empresa vocacionada a realizar actos culturais, bem como lançamento de livros e reune condições para realizar show, e que a medida tomada da não realização do espectaculo surge depois de uma conversa com o Delegado Provincial da Cultura que o advertiu a não realizar. Temendo que comportamentos não cívicos como o do Ikonoklasta aconteçam, e claro para que a Masta K nao seja vista como insentivadores destes movimentos de manifestantes, deu a volta por cima e como estávamos no Elinga deu-nos teatro.
Também perguntamos se ele não cria estas situações “manamadoistas” para fazer marketing de si mesmo e aumentar o credito diante dos fãs o que afirmou-nos apenas que tira proveito a seu favor de todas as situações do seu dia-a-dia.
A nossa conversa foi bem demorada, numa altura em que notamos que fugiu-se do hip hop para a política, perguntamos: MC K tu es politico? ao que respondeu-nos: todo cidadão exerce politica, nisso cortamos o seu argumento com uma pergunta bastante clara, responda com sim ou não, és politico? sim! respondeu-nos.
Em jeito de conclusão, toda está situação aconteceu sim, apesar de não termos conseguido contactar o delegado provincial da cultura, para confirmar os factos, mas a verdade nua e crua é que o artigo 22º da Lei de 31 de Maio nada tem a ver com a não realização do show da MASTA K, mas sim para evitar situações que saim do seu controle e aproveitar tirar proveito a favor da divulgação da venda do seu album, usando como alicerce as burocracias da Lei, permitindo assim o nascimento de um espirito de contestação actos que resultariam em publicidade gratuita em blog e nas ruas.
Quando pensávamos que estávamos vacinados contra os truques do MC K, cá estamos outra vez a divulgar uma *polemarketing do MC K.
*polemarketing (Polemica+Marketing)
Texto escrito por Pappy Love