SSP – 20 ANOS DE SUPER SHOW EM PALCO

Texto: Dino Cross
Fotos: Nuno Marques
3 anos depois do ultimo show que reuniu os quarto elementos dos SSP, nos dias 29 e 30 de Maio de 2008, no Cine Atlântico, os meninos de ouro, como já foram chamados outrora, voltaram a unir-se, desta vez a festa foi no estadio dos Coqueiros, sábado 3 de Setembro do corrente ano em Luanda, num show que veio a celebrar os 20 anos de carreira do grupo.

A aderência foi em massa como previa-se, dai as enormes filas, o balanço foi S.S.P. (Super Super Positivo), 15 mil pessoas testemunharam e tiveram participação activa naquela que veio a tornar-se uma noite historica, o show teve a duração de um pouco mais do que 2 horas, e terá começado 30 minutos depois da hora marcada, e foram seleccionadas um total de 23 músicas do vasto repertório do grupo e a sua interpretadas deixou claro que o tempo não apagou os SSP do coração dos angolanos, que não pararam de cantar e dançar durante todo o show.

Desculpem-nos, pela forma como começamos este texto, mergulhamos na envolvente emoção gerada pelo espectaculo que quase não conseguimos descrever com mais profissionalismo e em detalhes os factos de relevância importância, apesar de que tudo foi magico e teve bastante importância, a nossa avaliação atribribui ao show 99% de aceitação, mais vamos ressalvar o erro começando assim:

Kuddy, Paul G, Jeff Brown e Big Nelo, são os Meninos de Ouro e juntos formam os SSP, os pioneiros do hip hop em Angola, grupo fundado na década de 1990, seu papel foi fundamental conseguiram ultrapassar barreiras e preconceitos e seus primeiros passos deram vida aos 3 primeiros discos de rap feito em Angola, nomeadamente “99% de Amor”, “Alfa” e “Odisseia”, isso em 10 anos de carreira, altura em que registou-se um sucesso jamais visto na decada e por conseguinte na historia do hip hop angolano, os 10 anos seguintes não foram tão saborosos como os primeiros, mas o grupo já com apenas Big Nelo e Jeff Brown, após a saída de Paul G e Kuddy, em 2000, nao intimidaram-se e mais 2 álbuns lançaram “Amor e Ódio” e “Momentos da Trajectória.

Para celebrar os 20 anos de estrada “Tell me baby”, “Miúda”, “Sim ou não”, “Eu só quero te amar”, “Os Reis da noite”, “Pitanga boa”, “Olhos café”, “Etu mwangola”, “É bom”, “Táctica lírica”, “Abandalho”, entre outras músicas foram os temas escolhidos para trazer de volta um passado bem vivo no seio da juventude que como dissemos não deixou de cantar deste o principio do show, falando em principio, finalmente, quando eram exactamente 20h:30 entravam em palco os SSP com a música “Não vale a pena”, tema que descreve o grupo e hino do percurso historico dos quarto rapazes em palco, música que tem o esquema de dança mais bem conhecido no pais, lembrando que é nesta música em que Big Nelo pisa nas mãos de Paul G e salta, não há quem não conheça este esquema, e também a música com a participação do Puto Chico, interpretada por Fabious da Zona 5.

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Seriamos bastante injustos se não falassemos do DJ Wall G, que por muitos, fora chamado de o homem na noite, que com o seu traquejo com os discos, fez muitas misturas, tornando agradável o tempo de espera para o inicio do show, na sua arte viajou em vários estilos de música incluindo mesmo o kuduro e teve do público bastante aceitação.

Os gritos e assobios do público que manifestava satisfação ao ver em palco novamente os meninos de ouro, para quem teve a infelicidade de nao conseguir os ver ao vivo, terá a oportunidade de viver este momento em DVD, já que o show também serviu para a captação de imagens e som que o grupo pretende colocar à disposição dos seus fãs.

Para quem teve saudades das brincadeiras que o grupo normalmente faz quando está em palco, foi fácil notar a interactividade com os fãs, não só do Jeff Brown mais sim de todo grupo, os quatro artistas fizeram questão de, durante o espectáculo, manterem uma conversa bastante animada com o público, juntando música e dança no mesmo cardápio.

O tema para fechar a noite foi igualmente bem escolhido, “canta comigo essa keta”, música que destaca uma outra fase marcante do grupo, pelos prémios adquiridos dentro e fora de Angola, em particular em Moçambique que pela Vidisco chegou a levar o prémio de disco de prata com 10 mil cassetes vendidas, coisa rara até aos dias de hoje no referido pais, bastante emocionante e alegre para que estava no palco e na plateia, assim terminou o show em Luanda, ficou a promessa de tudo fazerem para levar o mesmo espectáculo às demais províncias do país.

FACTO MARCANTE:

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Na década de 1990 muito criticou-se o facto de que os SSP não actuavam com banda, muitos chegaram mesmo a dizer que eles nunca o fariam porque não são capazes, ou porque hip hop com banda não é a mesma coisa, mas este show foi o grande tira-teima, o grupo saiu-se bem e bastante versátil conseguindo casar a dança e canto, e nota mil para a banda composta por instrumentistas portugueses que os acompanharam até ao show, depois de 2 meses de ensaio, actividade que permitiu manter a fidelidade e a originalidade das canções.

Retirada da Imprensa:

Deputada considera espectáculo

do grupo SSP apaixonante

A segunda vice-presidente da Assembleia Nacional, Joana Lina, considerou de muito apaixonante o espectáculo musical realizado pelo grupo SSP, na noite de sábado, no Estádio dos Coqueiros, em Luanda, que reuniu milhares de fãs.

“Creio que o show foi muito bonito e fiquei bastante alegre ver tanta juventude entusiasta”, observou a deputada em declarações à Angop, no final do concerto, acrescentando que o SSP não perdeu a sua característica, apesar de cada um dos quatro integrantes ter o seu disco a solo.

Os pioneiros do rap angolano foram felizes na escolha dos temas, porque cada música foi cantada em uníssono pela enorme plateia presente no estádio. Por outro lado, o grupo mostrou que ainda tem muito a oferecer aos angolanos, notou ainda.

Joana Lina assinalou que o show foi memorável, porquanto terminou de forma agradável, com uma juventude alegre e enérgica.

“Esta forma de transmitir a música de modo contagiante deixa sempre marcas e 20 anos do SSP significa que todos acompanharam a vida do conjunto e de cada um”, frisou, rematando que a juventude precisa de muito mais.

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